Som da semana: Funke'n'stein - That's Funk!!

Monday, January 30, 2012

The king o' the cats - uma história do outro lado do Atlântico

Aaron Shepard é um escritor americano, (incluido na lista dos favoritos) cujos livros maioritariamente dirijidos ao publico infanto-juvenil, têm ganho inúmeras distinções do outro lado do Atlântico. 
Para além de escritor é um excelente contador de história. The king, o' the cats, uma das minhas preferidas, é uma história que fala sobre um miúdo chamado Peter Black e o seu mestre, o padre Allan, que tinha um gato preto chamado Tom,  Ambos viviam na mesma aldeia e eram vizinhos . Porém, Peter  era repreendido constantemente para se deixar de inventar histórias selvagens e loucas, fazendo com que toda a gente começasse a deixar de lhe dar ouvidos. Até que um dia...
Para ouvir a história contada pelo autor (em inglês)  e dar uma espretadela nas ilustrações cliquem em MIAAAAU!!! ou http://translate.google.com/translate?hl=pt-PT&langpair=en%7Cpt&u=http://www.aaronshep.com/


Friday, January 20, 2012

Dissecar o Funk... reflexões sobre a felicidade paradoxal

Sex Machine (James Brown) Shout:Fellas, I'm ready to get up and do my thing
I wanna get into it, man, you know....
Like a, like a sex machine, man,
Movin'... doin' it, you know
Can I count it off? (Go ahead)

Spoken: One, two, three, four!

Get up, get on up
Get up, get on up
Stay on the scene, like a sex machine

Wait a minute!
Shake your arm, then use your form
Stay on the scene like a sex machine

You got to have the feeling sure as you're born
Get it together right on, right on.

Get up, get on up...
I said the feeling you got to get

Give me the fever in a cold sweat.
The way I like it is the way it is;
I got mine and don't worry' bout his

Get on up and then shake your money maker,
Shake your money maker...
...1976


Sex machine?O sexo é muitas vezes apresentado como um outro continente emblemático da supremacia do Super-Homem. Trata-se, de resto, de uma leitura pouco original. Já nos anos 50, os observadores mais conceituados chamavam a atenção para o facto de a dinâmica do consumo estar a anexar a ordem sexual. Vistas como um divertimento fácil de alcançar, como um prazer frívolo válido em si mesmo, as relações sexuais têm tendência a transformar-se em «bens de consumo» que podem ser obtidos à vontade de cada um, sem verdadeiro compromisso, de certa forma nos moldes do livre-serviço.

Mas este encontro entre o Homo sexualis e o Homo consomator, liberto das antigas tradições repressivas, foi determinado por novas imposições colectivas geradoras de conformismo e receios, de «competições ansiosas» e «ocupações angustiantes». Embora beneficie do afrouxamento das restrições tradicionais, o sujeito libidinal moderno é, ao mesmo tempo, movido por novos modelos estandardizados, tais como a obrigação de se mostrar livre, de atingir o máximo de prazer possível, de se mostrar à altura dos padrões do desempenho erótico. No passado, predominava a norma do pudor; agora, estamos a braços com uma «liberdade imposta», uma «perseguição» inédita: a sexualidade «obrigatória».

Julgava ter conquistado a liberdade? Erro completo, já que a nossa cultura nos força metodicamente a experimentar de tudo, a libertar-nos dos nossos bloqueios e inibições, a usufruir ao máximo, a tornarmo-nos numa espécie de atletas da libido. Sob a capa da permissividade esconde-se, afinal, a ferocidade das normas da excelência mensurável, um hedonismo quantitativo e obrigatório, mais capaz de gerar complexos nos indivíduos do que de desinibi-los.

Assim, o direito ao prazer reclamado pela geração rebelde ter-se-á tornado numa intimação, numa «obrigação», numa espécie de produtivismo do prazer, análogo, em termos de princípio, àquele que rege o mundo industrial. E tal como a economia liberal gera a ansiedade relativamente à obtenção de resultados e à angústia do desemprego, também a nova economia libidinal origina o pânico do insucesso e da impotência, o pavor de se ser subdotado para os prazeres carnais, de não se corresponder à imagem do Super-Homem (ou da Super-Mulher) no dito amor.

Depois do tempo da transgressão, o tempo da mercantilização de Eros; depois da era do pecado, a era do sexo eficaz, hipertécnico e operacional. As livrarias estão repletas de manuais aptos a transformar-nos em amantes peritos. A pornografia anula as palavras e os sentimentos, enfatizando as proezas. Na época das «façanhas sexuais», todo o indivíduo é incitado a tornar-se numa espécie de actor, num Super-Homem da libido, adepto do êxito a 100%. O imperativo do desempenho já não se confina ao mundo empresarial e ao desporto, tendo conquistado também o planeta do sexo.

Neste cenário, que resta da delicadeza e da autenticidade do amor? Segundo declaram os críticos da permissividade, nesta era da pornografia e da sexologia, não existe nada para além de um erotismo hiper-realista e obsessivo, desumanizado, em que a dimensão relacional face ao outro está ausente. A logorreia emancipadora e o hedonismo cultural conjugaram-se para minar o conteúdo afectivo da sexualidade, reduzindo esta última a um procedimento técnico, a relações contratuais, pobres e despoetizadas, desprovidas de imaginação e de afecto. À medida que se difundem a «deserotização do mundo» e a impessoalidade da relação com o outro, os indivíduos, «carenciados de amor», tornam-se sujeitos calculistas, incapazes de construir ligações afectivas autênticas entre si.

 
O amor, sempre
Se a ideia de uma cultura anti-sentimental dificilmente resiste à análise dos factos, não podemos ignorar que estão em curso transformações profundas ligadas à sociedade de hiperconsumo. Um número crescente de homens e de mulheres reconhece a sua dificuldade em amar a mesma pessoa «para toda a vida». Relativamente a este aspecto, a situação mais frequente não é o sexo pelo sexo e o aumento relativo dos parceiros sexuais, mas a multiplicação das próprias histórias amorosas. Por um lado, o ideal amoroso constitui um obstáculo ao consumo-mundo; por outro, a vida sentimental tende a acompanhar a temporalidade efémera e acelerada do hiperconsumo.

Assistimos à anulação da dimensão afectiva, a uma vida amorosa que começa a desenvolver em si mesma a estrutura do turboconsumismo, com a desregulação do mito do amor eterno, a desqualificação dos ideais de sacrifício, a progressão das relações temporárias, a instabilidade e a inconstância dos sentimentos. Uma prática de consumo sentimental que nada tem de eufórica, sendo acompanhada por sensações de vazio, decepção, rancor, sofrimento. Se há um consumo hedonista, existe igualmente uma dimensão sismográfica do hiperconsumo dominada pela alternância repetida entre felicidade e tristeza, exaltação e abatimento.



Miséria sexual e prazer sensual
O balanço que fazem certos observadores do Eros contemporâneo não é de modo algum positivo. Uns assinalam o «declínio de Eros»; outros denunciam uma sexualidade narcísica, indiferente ao outro; outros ainda pintam o quadro apocalíptico de uma época em que os seres vivem desesperados, deprimidos, frustrados, isolados, com os seus desejos sempre insatisfeitos. Miséria sexual e afectiva que se deve a convergência entre ordem erótica e ordem económica. Assim como o liberalismo económico produz uma nova pobreza, também o liberalismo sexual está na origem de um maior, muito maior pauperismo afectivo.

Neste universo hiperconcorrencial, a grande maioria dos seres está condenada ao isolamento, à frustração, à vergonha de si mesma, ao adiamento do ideal afectivo. Como se o «horror económico» não bastasse, estamos agora também perante um «horror dos afectos». O individualismo e o liberalismo cultural não teriam, afinal, feito mais do que contribuir para o isolamento das pessoas, tornando-as egocêntricas e incapazes de proporcionar felicidade umas às outras. Longe de ter favorecido a felicidade dos sentidos, a dita revolução sexual provocou um formidável desenvolvimento das frustrações e do mal-estar. Libertação dos corpos, abandono do espírito. Negação dos indivíduos.

Gilles Lipovetsky

«A felicidade paradoxal»

Ensaio sobre a sociedade do hiperconsumo.
Lisboa, Edições 70, 2007
(excertos adaptados)

Saturday, January 14, 2012

Sunday, January 8, 2012

65! Parabéns David Bowie.

Um grande performer, um grande artista, uma grande referência criativa.

Saturday, January 7, 2012

Give me the simple life!

A simplicidade das pequenas coisas esconde o que de mais valioso se possa conhecer. Por um lado ainda bem que nem todos notam o que se atravessa no caminho. Quanto maior são as coisas, maior é a dificuldade em topá-las. Isso faria com que aqueles que sabem o segredo, já não pudessem ter os seus pequenos momentos de egoísmo intelectual, emocional ou coisa e tal.
Máxima do dia: Today I'm fully loaded cause i did it my way!!
Perdoem-me a do egoísmo mas quero estes momentos só para mim, vezes sem conta numa conta de vezes. Para mais tarde, depois de multiplicados, os poder dividir... Fiquem bem minha gente. Fiquem Funky and ask for a simple life.

Tuesday, January 3, 2012

Esboços, verdades e vídeo...

"Quem vive a julgar as pessoas, não tem tempo para amá-las."
Madre Teresa de Calcutá

Os vossos filhos, não são vossos filhos, eles vêm através de vós, mas não vos pertencem."
Kalil Gibran (no livro O Profeta)

“Aprendi o silêncio com os faladores, a tolerância com os intolerantes, a bondade com os maldosos; e, por estranho que pareça, sou grato a esses professores. “
Khalil Gibran

“Existem pessoas que tornam a tolerância tão difícil, que esta deveria ser considerada praticamente em superpoder. “
Fernanda Young

“A cada minuto que passamos com raiva, perdemos sessenta felizes segundos.”
William Somerset Maugham

“Tolerância, respeito, ética, conhecimento, bom humor e simpatia são bases para a construção de relacionamentos eficazes.”
Carlos Albeto Sabbi



Nem sempre é fácil refletir antes de agir. Nem sempre é fácil compreender os outros e inclusíve nós próprios... mas há que tentar! E persistir. Porque no fim de contas uns morrem e outros ficam assim...
LOUCOS,
todos aqueles que pensam estar certos no meio dos iguais e errados nos desiguais. Para o "louco" todos estão doidos à exceção de si... porém,  "All the freaky people make the beauty of the world". E viva a diversidade! Stay human.
 
 
(experiências com aguarelas...)

Monday, January 2, 2012

Há dias cinzentos...mas...


«As lágrimas do mundo são infinitas. Por cada homem que começa a chorar, existe algures um outro que pára. E o mesmo se passa com o riso.» Samuel Beckett

Só há dias cinzentos, porque provavelmente temos tendência em abusar dos óculos escuros.
Esta animação da autoria do meu irmão, Marco Beato & friends - the one man show, já lá vão uns anitos, não é um tesourinho deprimente caçado no fundo do baú. Pelo contrário. Fui desencantá-lo algures  num CD cheio de pó e pretendo aqui apresentá-lo pois conta uma história. Uma história com um pano de fundo cinzento onde a cor retratada num objeto pode simbolizar um sentimento muito especial. Porque as histórias não se contam só por palavras. Porque as histórias são como as quisermos ver. E por falar em histórias, fixe mesmo é conseguirmos fazer a nossa própria história... o que estraga tudo é a forma como a realizamos. Os cenários não importam muito mas sim a interpretação da personagem a quem damos vida. Ou se vive ou dá fiasco! Essa é a diferença entre os bons e os maus atores.