Som da semana: Funke'n'stein - That's Funk!!

Tuesday, January 6, 2009

Mais uma arma contra um “bicho” chamado Matemática!

De entre as disciplinas que faziam parte da minha lista negra enquanto estudante, a Matemática ocupava um lugar privilegiado. Hoje tenho a plena convicção de que a forma como eram abordados os conteúdos, não era a mais apelativa. A austeridade curricular instituída naquela época, transformava a Matemática numa disciplina de referência, reflectindo todo o rigor e frieza do seu ensino tornando-a elitista no rol das disciplinas curriculares. Para além deste aspecto também pesava a qualidade pedagógica do docente assim como a postura (rígida) perante os conteúdos. Por vezes foi traumatizante... Depois cresci e tornei-me professor! E gosto!
Hoje considero que a Matemática deverá ser injectada no “código genético da praxis académica” desde a mais tenra idade, a começar pelo jardim-de-infância e/ou 1º ciclo. A arte poderá ser um veículo importante para as primeiras aquisições. É através da arte, sob diversas expressões artísticas, (pinturas, literatura infantil, gravuras, música, etc.) que são identificados os primeiros conteúdos matemáticos. Utilizando o espírito crítico estão criadas as bases para o nascimento da matemática experimental. Destacam-se entre eles a identificação, a classificação de objectos, o sentido do número, a sequencialização, a geometria e noção das formas, as grandezas e medidas e a análise e organização de dados.
Não sendo professor de Matemática, e apesar das limitações que me são inerentes por natureza, reconheço cada vez mais importância na forma como são transmitidos os conteúdos. A forma como é explorado um conteúdo, utilizando o sentido lúdico e por vezes sensacionalista, cria no aluno uma certa inquietude tornando-se a Matemática um novo centro de interesse. Felizmente, é possível contrariar o ditado “burro velho não aprende…” E se o click surgiu tardiamente na minha vida, torcendo-se o pepino de pequenino, o resultado poderá produzir um aumento natural de alunos pensadores, críticos e calculista.
Deixo-vos uma proposta literária que poderá ser uma mais valia na exploração do mundo dos números a partir de um certo nível de ensino.
Malba Tahan é o pseudónimo de um escritor e matemático brasileiro já extinto, Júlio César de Mello Souza, que dedicou grande parte da sua vida ao ensino da matemática utilizando histórias da cultura oriental. O seu livro mais conhecido “O Homem que Calculava” , um dos meus livros de eleição, com tradução e edição em Portugal, está repleto de aventuras em cenários árabes, onde atractivas soluções a problemas de álgebra e aritmética nos fascinam e cativam. A personagem principal é um pastor com uma habilidade fora do comum para os cálculos, de seu nome Beremiz Samir, resolvendo problemas com grande talento e simplicidade. Por entre a Matemática envolvemo-nos em curiosos aspectos da cultura oriental, deliciosamente ornamentados por uma literatura simples mas atractiva.
E para que saibam, não só de afunkalhanços patetas vive este blog. A cultura também mora por estas bandas e é cool partilhá-la...

A saber, talvez numa Fnac perto de si!




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