Ser Creep...por um crepe

Depois de um extenuante dia de trabalho cheguei a casa com uma fome refinada. Isto de andar à volta do mundo dos livros infantis, vai-nos tornando gulosos e despertando os instintos de criança que há em nós. Acabei de jantar e tive um enorme desejo: comer um crepe recheado de chocolate derretido, quente, cremoso, delicioso. Uma súbita gula de início de semana.

Para mal dos meus pecados, a minha sobremesa preferida tinha-se esfumado do congelador... Sem o meu crepe... senti-me um Creep. Lá tive que me contentar com uma gelatina das miúdas. Não era a mesma coisa mas comi-a com tal satisfação, apenas pelo facto de saber que ainda havia uma sobremesa no frigorífico, só para mim. 

Na vida, nem sempre temos aquilo que mais desejamos, nem sempre deitamos a mão ao sonho que às vezes acaba por morrer de velho e nunca deixa de o ser, nem sempre conseguimos chegar onde queríamos, nem sempre podemos fazer o que nos dá na real gana. O importante na vida é saber saborear com a mesma intensidade aquilo que está ao nosso alcance, ao nosso lado. Viver obcecado em comer um crepe de chocolate belga derretido, diminui-nos o paladar e o prazer de saborear um belo arroz doce caseiro, uma gelatina do Continente ou mesmo a apetitosa fruta da época, que está mesmo ali ao nosso lado, ou até...sempre esteve. Crepes: já me deixei disso.

Uma noite Funky... não sejam Creeps.

 DrFunkenstein

Creep, só mesmo com esta música que me faz flutuar como uma pena.