Som da semana: Funke'n'stein - That's Funk!!

Saturday, December 11, 2010

Uma mensagem de Natal

Bem sei que já era tempo de lançar aqui umas palavras salteadas, às rodelas, com aqueles temperos que te fazem esboçar sorrisos, levantar o sobrolho ou até quem sabe, fazer-te balbuciar um « está bem!...» sensaborão. Sim, falo precisamente contigo que estás a ler isto neste momento, sejas tu quem fores.
Não é por falta de tempo nem de vontade mas se alguém conhecer o que é a falta de paciência e criatividade que lance a primeira pedra. Uma espécie de cansaço da época, como algumas frutas. Tenho andado à deriva no mar das palavras à procura duma ilha onde atracar com o meu barco de ideias. Às vezes parece que tenho um furo no casco e quando penso que é desta, já se esvaziou e se depositou nas profundezas. Pouco resta para escrever...
Deves estar a pensar que estou a atravessar uma crise existencial. Não! Nada disso. Nem me sinto na obrigação de ter que debitar coisas engraçadas para entreter quem vier ou para exacerbar o meu ego de pseudo-escritor que até, há quem diga, que escrevo umas coisas giras.
O certo é que a quadra que se adivinha continua a martirizar-me o sub-consciente desde o dia em activei o consciente, era eu um catraio... e sou invadido por um misto de sentimentos cruéis que se degladiam entre o mundo das trevas e o reino dos céus. O bem, que paira no ar e contagia o espírito das gentes mas com prazo de validade, veste o seu fato de cordeiro com design bíblico e lá vai harmonizando o trato de quem se cruza e faz questão de partilhar o seu desejo de Feliz Natal enrolado em papel de embrulho amarelo. O mal, esse, ao menos não provoca tanta estranheza já que o vejo todos os dias e não o consigo evitar. Talvez seja a minha luta e a de muitos, na procura de uma arma secreta que lhe subtraia as forças. Provavelmente está mesmo à mão de semear mas parece-me que o sentimento de vergonha e conformismo colectivo se tem apoderado da situação.
Não fazer nada ou simplesmente lançar-se no abismo da inevitabilidade deixa-me inevitavelmente, enjoado. Mas porque raio continuamos a tropeçar em "vacas sagradas" nos campos do cinísmo pastoral?
O Natal devia celebrar o nascimento do ímpeto pró-activo em cada um de nós ao longo de todos os dias do ano e não, never, no way, pero no coño o oportunismo comercial que nos deixa angustiados numa corrida contra o tempo em busca de remédios para a consciência disfarçados de presentes. Mas temos pena!...
Mas não quero deixar a ideia que sou um ogre alheio a este espírito. Sou um sentimentalão convicto e até porque se cruzou na minha vida uma bela mãe Natal que me convidou para um presépio ao vivo. Com ela vieram duas duendes que fazem com que a minha caverna seja calorosamente agradável, enfeitada com um pinheirinho verde carregado de bolas, bonecos simpáticos e laços de ternura. E são estes laços, tricotados com o mais fino e puro dos sentimentos que me empurram para a fábrica do Pai Natal e para que na noite de Natal, me reconforte o facto das minhas princesas estarem seguras e protegidas do mal, brincando felizes e contentes com aqueles brindes que a sorte lhes trouxe enquanto o bolo Rei ainda vier recheado.

Felizes dias! Antes, durante e depois do Natal.
(R.B.)



2 comments:

Rosa Carioca said...

R.B., foi um dos textos mais lindos que li, sobre o tema "Natal". Só da mesma opinião: Natal é todo o dia.
Apesar de já ter dado um beijinho à mãe Natal, dá-lhe mais um. Para ti, um grande abraço.

DrFunkenstein said...

Obrigado amiga! Que tenhas um santo Natal e que o Pai Natal traga o saco carregado de boas energias: paciência, tolerância, respeito, amizade, amor e muita saúde. Já era suficiente!! Beijinhos, até um dia destes.