Som da semana: Funke'n'stein - That's Funk!!

Monday, June 23, 2008

ENCONTRA-TE OU PERDE-TE! Eis a questão...

Agora que terminou uma fase de euforismo futebolístico (sob a tutela de compromissos patrióticos inerentes), com uma pitada de stress laboral que está pela hora da morte ou pelo menos aparenta e de algumas dúvidas existenciais escravizadoras do egos dependentes do tão esperado subsídio de férias, chegou o momento. O momento para aqueles que se perderam no funktástico caminho da vida, de se encontrarem ou mesmo reencontrarem consigo ou com as outras almas que partilham este espacito de Terra no meio da imensidão negra que é o espaço sideral…. Eh pá! Isto tá profundo, não acham?!

Vivemos de encontros e desencontros connosco e com os outros. Procuram-se respostas para aquilo que não se quer ver. Ou melhor, às vezes a cena é tão grande que se torna difícil apreciar as formas. Lembro-me de um tipo que chegou pela primeira vez a uma terra onde havia um enorme e famoso palácio. O autocarro parou mesmo em frente. O palácio era tão grande que quando chegou perguntou a um dos locais onde ficava o imperioso monumento. Tudo isto deveu-se à falta de perspectiva. A perspectiva na análise das coisas que estão à volta do poderoso Ego, aquele monstro verde à imagem do Hulk, que dorme num canto escuro do nosso subconsciente à espera de ser acordado.
Confesso que começo a ficar farto de observar indivíduos numa frenética procura pelo “santo Graal”. Afinal a Psique comanda a vida ou a vida comanda a Psique? E porque é que afinal glorificam este tal de Bob Proctor, (em português: Bobão como um Tractor) com um mistério que diz que é uma espécie de Segredo e tal. Sinceramente começo a ficar enjoado com todas estas cenas da auto-ajuda e das místicas ocultas que regem as vidas dos terráqueos. E mais. Estes livrinhos de cabeceira são autênticos cogumelos alucinogénicos, que não fazem mais do que activar os cérebros na procura da felicidade eterna. Fazem parte da engrenagem de uma dinâmica existencial. Em linguagem simples, são o óleo pra fazer andar o motor afinado. E isto só acontece, porque Deus não conseguiu inventar o Homem, com um sistema de “self cleaning”. O Tipo foi esperto, compactuou com o Demo e fizeram um acordo. Um inventou a máquina, mas o outro tem a exclusividade da manutenção. E depois veio o Yang e o Yin, o bem e o mal, o céu e a Terra… O céu representa o suposto “paraíso” e a Terra, o infernus operandus do homo sapiens sapiens.
Na verdade, só há que saber tirar partido das pequenas coisas. Por mais insignificantes que sejam. Relativizem-se as vitórias, pequenas ou grandes, as derrotas (ai, cada vez que me lembro dos quartos de final, dá-me cá uma azia…) pessoais ou colectivas, o excesso de trabalho, os prazeres escassos e a falta de guita para desanuviar da crise. Tudo é relativo num mundo que teima, de forma obcecada em definir e teorizar de forma irrefutável todas as verdades e mentiras.
E como é bom, mesmo bom, saber apreciar a carícia de um raio de Sol; a simplicidade de um olhar, um cumprimento; o cheiro da sardinha num arraial ali perto; ouvir um som funk com uma imperial fresquinha sentado na varanda da sala e ser coberto pelo brilho das estrelas e da lua; sentir a brisa na face numa noite calma de Verão; um passeio à descoberta do próprio quintal por entre as hortaliças. Isto é único e há quem ainda nunca o tenha descoberto. E porque as verdades estão sempre mais perto do que se imagina, talvez possam encontrar o verdadeiro EU debaixo de uma alface à conversa com um caracol.
Neste mundo materialista, infelizmente o estado de espírito de muita gente é seriamente afectado pela falta de cobres, ou melhor, pela vontade de ter mais para conseguir explanar todas as fantasias e mitos que se transformam em angústias. Essas fantasias que nos incutem, só servem mesmo para nos derrubar o espírito. É claro que o sacana do Lúcifer, tem uma panóplia infindável de truques sujos para nos empurrar contra o “muro das lamentações”. Aquilo que parece bom nem sempre o é, por isso devemos ler sempre o rótulo das embalagens. (Sugiro uma leitura pelo livro “Eu Lúcifer” de Glenn Duncan).
E esta vai para a Alexandra Solnado. Filha, com tantas conversas com Jesus, já deves ter criado um chat. Pois é, o que faz falta é entreter a malta, quando não se sabe explicar porque é que a tampa salta…

1 comment:

Nuno Pereira said...

Tal e qual!Quando não atinjo os meus objectivos pessoais materias impostos ou copiados dos outros, impostos pela sociedade, que é a desculpa mais frequente para os créditos e dívidas, vou culpando o bem estar ou despertar espiritual. Agora tudo se resolve. Vai chegar o D.Sebastião acompanhado da Nossa Senhora, entregam-me um bilhete premiado do euromilhões e pronto. Todos os meus problemas estão resolvidos. ou opção B, seguir a sugestão do Dr. Funkstein, guarda lá uma cadeirinha para mim debaixo da alface, pá!